terça-feira, 13 de julho de 2010

Zé Cabra e afins




Ora bons dias, pessoal!

Bem, hoje venho aqui debruçar-me sobre um fenómeno que me atormenta desde há muito, um comportamento humano que é todo ele recheado de ignorância e, quiçá, masoquismo. Decerto, todos se lembram de grupos musicais como Taiti, Romana ou Zé Cabra. E o que têm todos eles em comum, perguntam vocês? Bem, o facto por todos eles partilhado é a liderança nacional no Top de vendas durante algum tempo…

Isto é triste, acreditem… Eu ainda me lembro de, na inocência dos meus 8, 9 aninhos, o hit musical “Mexe o tutu” ter ficado em 1º lugar no Top Mais por 3 semanas!!! Obviamente, os frutos de tal trauma estão à vista de todos… Mais ainda, Zé Cabra facturou imenso com os singles “Deixei tudo por ela” e “São lágrimas”, e isto tendo em conta que a voz dele assemelhava-se mais a um gajo a serrar uma cana ao meio do que propriamente melodia. Isto, claro, sou eu, mas não creio ser o único a olhar para os pulsos e para a faca mais próxima, quando oiço tais crimes à música.

Mas porquê, pergunto eu? Por que raio de razão este povo português continua a dar total liberdade e apoio a estes cantores de meia-tigela (ou nem isso, aliás)?

A explicação para o facto de todos os anos surgirem mais e mais destes “artistas” continua a passar-me ao lado; isso e o facto de ainda se verem nas estações de serviço aquelas montras giratórias cheias de cassetes do Quim Barreiros e dos Santa Maria… Será simplesmente o gosto pela festança e tal? O ritmo descontraído? A letra que é uma completa xaxada? Não sei… Prontos, está bem, realmente não consigo imaginar uma festa de Verão com a Serenata em Dó Menor de Chopin, ou de Strauss (se bem que era algo giro de se ver, digamos), mas … meus senhores e minhas senhoras… eu já estou farto do “Apita o Comboio” ou do “Pisca Pisca”…

E quando digo isto, nem me refiro só ao que é nacional… Quem não se lembra dos fantásticos êxitos de há uns poucos anos atrás, no top de vendas? Aquela estúpida música dos Ozone (eu até sei a letra de cor, só de gozar tanto com esta música…), aquele grupo de homossexuais com um videoclip em que dançavam num avião particular; ou aquela que veio logo a seguir, das Ketchup (nunca mais ouvi falar delas, felizmente!); e nem comento a do Crazy Frog…

A verdade verdadinha, é que quando uma música pega, é para ficar. E o que acontece depois é vermos essa mesma música (já quando todos que a conhecem estão fartos de a ouvir nos rádios ou assim) a ser difundida por tudo quanto é lado, seja rádio, TV, anúncios, publicidade aos seios da Pamela Anderson e com um número 4996 para enviar SMS, enfim… tudo, mesmo!

Mas que raio, pergunto-me eu, têm estas músicas de bom? Porque é que tenho de continuar a suportar, em todos os bailes de Verão, aqueles gajos em pé ao lado do seu acordeão e órgão a pôr aquelas batidas pimba (e tão já “batidas”, por acaso), que enjoam, e que só fazem as duas irmãs velhotas e solteiras ir para a pista de dança???

Bem, são coisas que me ultrapassam… Mas um dia ainda gostava de ouvir, numa destas festas, um Popzinho, ou Rock. Imaginem: o estandarte montado, os vossos pais, os vossos avós, primos, enfim, a famelga toda, a assistir a um desses gajos com o órgão a tocar um Pearl Jam, Oasis, Metric, Yeah Yeah Yeahs, Florence and the Machine, Red Hot ou Muse. Hum? Sugestivo, não? (Mas sei que esta coisa é toda ela impossível, e portanto nos próximos 89 anos continuaremos a ouvir o Apita o Comboio em alto estilo…)

Inté, pessoal, e até à próxima!

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